quinta-feira, 17 de março de 2011

PROFESSORA, E HOJE É DIA DO ÍNDIO?!



Ao iniciar mais uma aula de História, nesta quarta-feira, disponibilizei sobre  a mesa diversas peças do artesanato indígena de algumas etnias, como Fulni-ô, Guarani, Kaingang e  Xukuru do Ororubá, uma aluna, em meio a admiração e curiosidade com todos aqueles artefatos perguntou: - Professora, e hoje é dia do índio?
Embora já tenhamos avançado um bocado em relação a temática indígena, sempre que chega uma nova turma, os questionamentos deixam transparecer o quanto ainda precisamos avançar nesse assunto. É fato (embora extremamente lamentável no meu ponto de vista) que há muito desconhecimento e preconceito por parte dos profissionais da educação sobre a Cultura Indígena. O índio ainda é visto como uma figura folclórica, ou como reserva de valores morais da sociedade.
A insistência ( e persistência) em se falar do índio como uma figura de um passado remoto chega a ser afrontadora. Mas, não temos que "chorar o leite derramado". É arregaçar as mangas e buscar sensibilizar outros colegas a respeito de uma questão óbvia: somos fruto dos povos nativos do Brasil, e temos muito o que aprender com sua forma de vida.
Para minha aluna, expliquei que "todo dia é dia de índio"! Apresentei um texto de Daniel Munduruku (Coisas de índio) e um documentário produzido pela TV Escola (Pluralidade Cultural - Os índios do Brasil: quem são) para iniciar nossas discussões.

Ao ver as imagens de alguns índios do nordeste brasileiro (fotos pesquisadas na internet) com as quais montamos um mural, o aluno Wesley, por exemplo, afirmou com veemência: - "Esse não é indio. Ele não parece com índio"- reproduzindo a questão do estereótipo do índio da região norte do Brasil.

Após conversarmos sobre a miscigenação, ele parou, pensou um pouco e retrucou: " É, pode até ser". Mas, ainda não convencido.Temos um longo trabalho pela frente, para desmistificar, esclarecer e diminuir o preconceito contra os povos indígenas.
Esta foi  a primeira etapa do projeto, que terá duração de 6 meses. A aula terminou com  a turma querendo pintar o rosto tal qual fazem nossos indígenas. e cantando a música "Tu tu Tupi" de Hélio Ziskind. E olha que essa foi só  a primeira aula!!

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